Investir é uma jornada repleta de oportunidades e desafios. Para navegar nesse universo de maneira consciente, é essencial compreender como o risco e o retorno se relacionam, influenciando as decisões e os resultados financeiros.
Ao reconhecer essa dinâmica, você amplia a capacidade de construir uma carteira sólida e alinhada aos seus objetivos.
Definições Fundamentais
Antes de tudo, precisamos estabelecer o que realmente significam risco e retorno em investimentos. O risco refere-se à variabilidade ou volatilidade dos retornos associados a um ativo ou carteira. Isso engloba a incerteza de atingir o resultado esperado e o potencial de perda parcial ou total do capital aplicado.
Por outro lado, o retorno é o ganho ou prejuízo proveniente do investimento, normalmente expresso em porcentagem sobre o valor inicialmente alocado. Ele pode surgir por meio de juros, dividendos, ganhos de capital ou renda de aluguel.
É importante lembrar que não existe investimento com risco zero. Qualquer promessa nesse sentido deve ser encarada com ceticismo.
O Binômio Risco-Retorno
O princípio central da relação entre risco e retorno orienta todas as decisões financeiras. Basicamente, os investidores recebem uma compensação por assumir riscos mais significativos. Isso significa que, em teoria, ativos com maior volatilidade tendem a oferecer retornos esperados mais elevados para compensar a exposição à instabilidade.
Em contrapartida, investimentos considerados mais seguros costumam entregar ganhos menores. No entanto, vale ressaltar que não há garantia de lucratividade: um ativo de alto risco pode não entregar o retorno esperado ou até causar perdas.
Por isso, é fundamental avaliar cuidadosamente qualquer oferta que prometa ganhos acima da média de mercado, pois pode esconder fraudes ou esquemas não sustentáveis.
Tipos de Risco
O risco total de um investimento é composto por diferentes categorias, cada uma com características próprias.
- Risco sistemático (de mercado): afeta todos os ativos simultaneamente e não pode ser eliminado.
- Risco não-sistemático: específico de cada ativo, pode ser reduzido por meio de diversificação.
Além disso, diversos fatores influenciam o nível de risco:
- Condições da economia nacional
- Taxa de juros vigente
- Índices de inflação
- Variações cambiais
- Risco de crédito e inadimplência
- Risco de liquidez, quando a conversão em dinheiro é difícil
Classificação de Investimentos por Risco
Para orientar seus aportes, os investimentos podem ser classificados conforme o nível de risco envolvido:
Baixo Risco: títulos públicos, como o Tesouro Direto, oferecem previsibilidade e segurança. Exemplo: um investidor que aplicou R$10.000 em títulos prefixados garantiu rentabilidade estável em torno de 6% ao ano.
Risco Moderado: fundos multimercado ou fundos imobiliários equilibram potencial de retorno e segurança. Em certos períodos, esses fundos podem apresentar variações de curto prazo, mas tendem a proteger parte do capital.
Alto Risco: ações de empresas de menor porte ou setores emergentes podem gerar ganhos expressivos, porém com oscilações acentuadas. Retornos de 20% ao ano são possíveis, mas não garantidos.
Renda Fixa: CDBs de bancos sólidos rendem próximo a 100% do CDI, combinando baixo risco com ganhos moderados.
Exemplo Prático
Suponha que você invista R$1.000 em um ativo com retorno de 10% ao ano. Após 12 meses, seu capital renderá R$100, totalizando R$1.100. Esse cálculo simples ilustra como pequenas variações no percentual podem impactar seu patrimônio ao longo do tempo.
Fórmulas de Cálculo
Para mensurar desempenho e riscos, utilizamos fórmulas tradicionais:
Retorno = (Preço final – Preço inicial + Dividendos) / Preço inicial – 1
ROI (Retorno Sobre Investimento) = [(Ganho obtido – Valor investido) / Valor investido] × 100
Relação Risco/Retorno = (Take Profit – Preço de entrada) / (Preço de entrada – Stop Loss)
Por exemplo, se um trader define stop loss em 50 pips e take profit em 100 pips, a relação risco-retorno de pelo menos 1:2 assegura que o lucro potencial seja o dobro da perda possível.
Métricas para Avaliar Risco e Retorno
Dentre as principais métricas, destacam-se:
- ROI, que revela quanto você ganhou ou perdeu em relação ao montante aplicado
- Desvio padrão da volatilidade, que mede a dispersão dos retornos
- Índice de Sharpe, que compara o retorno adicional ao risco assumido
Veja a comparação de dois fundos, considerando retorno e nível de risco:
Estratégias de Gestão de Risco
Para otimizar a relação entre risco e retorno, adote abordagens comprovadas:
- diversificar seus investimentos é a melhor estratégia para reduzir riscos específicos sem sacrificar ganhos potenciais
- Utilizar stop loss e take profit de forma disciplinada para proteger o capital
- Estabelecer alocação de ativos conforme tolerância ao risco e comportamento emocional
Considerações para Investidores
Cada investidor possui um perfil distinto, definido por objetivos, horizonte de tempo e apetite a variações. Antes de decidir, reflita sobre sua capacidade de lidar com perdas e de manter a disciplina em cenários adversos.
O autoconhecimento financeiro é tão importante quanto o estudo de mercados e produtos. Quanto mais você se educar, mais consistentes serão suas escolhas.
Por fim, lembre-se de que a construção de riqueza é uma maratona, não uma corrida de velocidade. Com planejamento, paciência e gestão adequada do risco, é possível alcançar metas relevantes e garantir tranquilidade ao longo do percurso.
Referências
- https://www.jove.com/pt/business-education/v/16999/relationship-between-risk-and-return
- https://berryconsult.com/blog/o-que-e-binomio-risco-retorno
- https://www.octante.com.br/risco-retorno/
- https://www.santander.com.br/blog/risco-e-retorno
- https://hmarkets.com/pt/learn-to-trade/managing-your-risk/
- https://www.doutorfinancas.pt/investimentos/risco-e-retorno-como-se-relacionam-nos-investimentos/
- https://br.investing.com/analysis/risco-retorno-escala-e-liquidez-pilares-para-investidores-inteligentes-200462068
- https://periodicos.fgv.br/rae/article/download/39604/38346







